Ao som de “Cheia de Manias”, um clássico do grupo Raça Negra, Júlia Soares conquistou o público presente na Bercy Arena, em Paris, e os milhões de brasileiros que a acompanham pela televisão já no final de tarde deste domingo.
A ginasta de 18 anos estava estreando em Jogos Olímpicos e conseguiu uma vaga inédita na final da trave, que acontecerá no dia 5 de agosto.Mesmo que a coreografia ao som do grupo de samba não tenha garantido vaga para Júlia na final do solo, a apresentação foi um dos pontos altos da atleta, que quase não demonstrou nervosismo em sua primeira disputa olímpica.
E, se a trilha sonora ganhou o público no carisma, o desempenho na trave convenceu os jurados a darem 13,800 na nota final, que garantiu o oitavo lugar e classificação para as finais.O aparelho é justamente sua especialidade. Mesmo com pouca idade, a atleta tem seu nome marcado na história da categoria. Isso porque Júlia tem registrado um movimento na trave batizado de “Soares”, que consiste em uma entrada em vela seguida de uma pirueta.
O movimento foi catalogado em 2021 e foi executado pela primeira vez no Pan-Americano de Santiago-2023, o que lhe rendeu o bronze.Natural de Curitiba, a atleta iniciou sua carreira no esporte ainda criança. Influenciada pelo pai a praticar alguma atividade física, resolveu seguir os passos de sua irmã mais velha, que já fazia ginástica, e começou a dar seus primeiros passos nos ginásios.
Foi descoberta no esporte pela treinadora ucraniana Iryna Ilyashenko, atual técnica da seleção brasileira feminina de ginástica.